segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Aquele sobre o machismo no Uruguay

Para quem é mulher em São Paulo, São Paulo só não, para quem é mulher no Brasil, sabe o quão difícil é simplesmente caminhar nas ruas, com todos aqueles homens te despindo com os olhos, falando absurdos difíceis de imaginar e te tratando como um pedaço de carne, isso, um pedaço de carne é a definição mais sensata de como a mulher se sente caminhando pelas ruas brasileiras, Pá, se você está com uma roupa um pouco mais curta ou justa então.... Não é necessário nem comentar. E claro, terá a pessoa (homem ou mulher) machista que ainda vai pensar, "também, pra que usar roupa curta e apertada, é sua culpa que homens mexem, então". E aí mora outra característica fatal do machismo. A culpa é sempre da mulher.
Eu na minha humilde inocência pensei, isso deve ser só no Brasil, já que tem toda aquela propaganda de mulher bonita e tal... Doce ilusão, eis que me deparo com um Uruguay mais machista ainda que o Brasil.
Pensei que finalmente iria escapar das piadinhas e comentários das ruas, mas não, eles pioraram, ficaram mais ofensivos, menos discretos e algumas vezes nem sei o que significa, por conta da língua, então pode ser pior do que penso.
Foi decepcionante, pois cheguei a conclusão que não só o Brasil é machista, é bem provável que encontre isso por toda a América do Sul. Infelizmente isso é cultural nosso, será que um dia muda?
Um sinal de que a mulher não é respeitada é que quando faço meu caminho do trabalho para casa e da casa para o trabalho, o que são aproximadamente 20 minutos andando, quando faço esse caminho sozinha escuto de tudo, as cantadas mais vagabunda e criativas do mundo. Mas se estou acompanhada de algum amigo (HOMEM), não se escuta nem um 'A'. É revoltante como a mulher não é nem um pouco respeitada, quem é respeitado é o homem que está perto dela.
No Uruguay ouvi umas coisas que me deixaram intrigada, por exemplo o nível de machismo por parte das mulheres. Para você ter ideia desse nível, em uma balada X uma uruguaia disse para meu amigo que não gostava de receber sexo oral, pois isso era coisa de lésbica, ok, pensei, isso deve ser um caso isolado não. Mas não, comentando sobre isso com algumas pessoas cheguei a conclusão que varias, não todas, claro, uruguaias pensam dessa forma.
Eu sei que a história da humanidade é toda machista, mas o que é difícil de acreditar é que ainda, em pleno século 21, continuamos com o mesmo pensamento, como se nada tivesse mudado.
Ah! e sobre as cantadas nas ruas, ainda há quem pense, que é positivo, que serve para levantar o seu ego ou qualquer coisa assim do tipo. Meu amigo, se você quer levantar o ego de alguém, primeiro conheça a pessoa e diga o quanto ela é interessante e troquem afinidades, isso sim é agradável de escutar.

2 comentários:

  1. Belas palavras, Damilis!
    Sobre as pessoas acharem que ser cantada na rua é bom: é a coisa mais constrangedora e humilhante que tu passas, porque TODO mundo na rua te olha, TODOS os olhares vão na direção daquele assobio ou coisa que o valha, e tu te sente inferior, desprotegida, vulnerável, exposta! Tu não está sendo elogiada, está sendo xingada!
    Quando um homem fala algo pra uma mulher que passa, ele a está humilhando, lembrando ela de que ele é superior, de que ela é um objeto, de que nossa sociedade se organizou de forma a inferiorizá-la e torná-la propriedade de um homem, e que ela não esqueça disso. É isso que está contido no "Gostosa", "Quero te pegar", e etc. É só humilhação e desprezo!

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  2. E o triste é saber que isso é uma realidade em vários cantos da Terra.

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